
Quando recebi a notícia que seria mãe de gêmeos, achei que estaria preparada para receber qualquer outra notícia que fugisse do meu planejamento. Mas não, acho que nunca vou me acostumar com isso…
Foi assim na última semana, quando a babá, da noite para o dia – literalmente – pediu demissão. Assim, sem mais nem menos, nos vimos (eu e meu marido) sozinhos com os bebês, sem ajuda de ninguém e não podendo deixar nossa rotina de trabalho de lado.
A solução: adiantar os planos e colocar os meninos na escola seis meses antes do previsto. E toca procurar a escola perfeita. Perfeita no valor – afinal são duas mensalidades ao mesmo tempo e agora –, perfeita no espaço – para mim, escola boa é aquela que criança volta suja para casa, se não tem terra embaixo na unha, é porque a criança não aproveitou o dia –, e perfeita na localização.
E o que eu descobri nesta semana de procura? Que as escolas particulares de São Paulo – principalmente da Zona Oeste da cidade – perderam a noção, cobrando um valor exorbitante de mensalidade. Para se ter uma ideia, o preço de partida da maioria das escolas é R$ 1.500, isso para deixar uma criança meio período (que varia de 4 a 5 horas), sem nenhum tipo de alimentação. Se você trabalha o dia todo e precisa que seu filho fique mais tempo na escola, terá que desembolsar, no mínimo, R$ 2.000. E se ainda quiser que ele coma a comida da escola – almoço, lanche e jantar –, vai precisar abrir a carteira mais um pouco, pelo menos uns R$ 500,00 (já chegamos nos R$2,5 mil, certo? Agora multiplica isso por dois…).
Mas calma, que piora. Porque todo esse gasto é para uma escola com uma área pequena, grama artificial, com brinquedos de plástico e um espaço para tomar sol, o “solário” – isso mesmo, como se as crianças vivessem em cárcere privado e tivessem hora certa para tomar sol :O
Como no meu imaginário uma escola infantil tinha que ter tanque de areia, terra, espaço para correr, brinquedos de madeira, enfim, uma escola como a que eu estudei quando criança, tive que procurar longe de casa. Ao que parece, em Perdizes, bairro que moro (na zona oeste de São Paulo), esses tipos de atributos são regalias e encarecem ainda mais esse negócio que chamamos de educação.
Passando para o outro lado da ponte, achamos uma escola muito legal, no bairro do Butantã. Logo que entrei na escola, fiquei muito empolgada. O local parece uma chácara, tem até animais que as crianças ajudam a cuidar! Além do espaço, fomos muito bem recebidos pelas funcionárias da escola e, mais do que isso, quando entramos lá com os pequenos, eles pularam de alegria, sem exagero!
Mas não, ela não é a escola perfeita. Isso, porque a escola perfeita não existe, sempre vai existir algo que deponha de alguma forma contra o local. Pode ser o valor, a localização ou mesmo o espaço – no nosso caso, a escola é longe de casa. No fim, acredito que o que importa mesmo é se nossos filhos estão felizes, seguros e bem cuidados, seja no meio da terra ou no chão de EVA.
Em tempo: estamos na lisa de espera da creche municipal. Enquano nnao somos chamados, precisamos rebolar por aí…
Agradecimentos especiais: Karina Padial e Camila Paier, que perderam um pouco de tempo me ajudando a achar a escola perfeita 🙂
Deve desanimar pensar que é o só o começo e que mais algumas décadas de educação cara vêm por aí. Mas, fazer o quê? Quem sabe, até lá, outros modelos alternativos de educação infantil se espalhem e a Escola da Ponte chegue ao Brasil haha Enquanto isso, coloca os meninos pra cuidar de bicho sim, que não tem erro ❤
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Ohn gente. Mereci até homenagem. Mas olha… foi de fundamental importância para quando eu tiver meus filhos (daqui a seis ou oito anos, rsrs). Adorei participar desse momento! Bjs
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