A vida é recheada de grandes contradições mesmo e fica muito mais intenso quando os filhos chegam, né?!
Passamos a primeira infância das crianças querendo que eles cresçam e, quando crescem, a gente sente saudades do tempo de antes. Exaustos de carregá-los no colo, não vemos a hora deles andarem para, quando começam a correr, lembrarmos com ternura de quando podíamos ter uma refeição completa em um restaurante sem ter que ficar correndo atrás de filho. Enquanto não falam, nos entediamos com a falta de interação, para nos cansarmos depois da centésima vez que ouvimos uma pergunta menos de 10 minutos depois de acordarmos. E por aí vai.
A última dessas ocorreu esses dias. Na mesma semana em que o feedback das professoras da escola deu conta de que o Pedro é um menino muito querido, cheio de iniciativa e bem independente, ele resolve mostrar para gente a destreza da sua independência da pior forma possível. Depois de passar a manhã no parque brincando com o pai e o irmão, em um momento de desencontro Pedro achou que estava sozinho no parque – entendeu que o pai e o irmão tinham voltado para casa sem ele – e resolveu voltar para casa. No alto dos seus 4 anos, saiu correndo do parque e seguiu para o nosso apartamento. Antes que os julgamentos comecem, Bernardo e Gabriel estavam no parque ainda, sentados em um banco, o Pedro é que não viu ninguém, assumiu que estava sozinho e resolveu, de forma bem independente, voltar
pra casa.
Não preciso nem dizer tudo o de ruim que podia ter acontecido no trajeto de dois quarteirões que separam o parque do nosso apartamento. Perdi o sono pensando nisso, ainda mais depois de saber que para atravessar a rua “ninguém me ajudou, mamãe, só o ônibus que parou para mim, para eu pode passar”.
Hoje, em mais um ato de pura independência, ele se serviu sozinho de suco, abriu a geladeira, pegou a garrafa, tirou a tampa e colocou suco no seu copo, tudo isso sem derramar nada! E eu fico aqui, nesse impasse de achar o máximo a independência do Pedro, do senso de espaço que ele tem, que numa emergência maior daria até pra dizer que ele poderia se virar de algum modo, e de morrer de medo de onde toda essa independência dele pode levá-lo. E lá vem a cabeça pensar: ai que saudades de quando ele era 100% dependente de mim e de quando eu estava de olho em cada passinho que ele dava.
Eu estou aqui te julgando (por atualizar tão pouco o blog).
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Ain, vou tentar melhorar!
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